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Ser mãe e atleta é uma tarefa exigente que muitas mulheres no Brasil e no mundo se dividem. Ser mãe, ser atleta e universitária é ainda mais difícil. Neste Dia das Mães, a FUPE gostaria de parabenizar a todas as mães, e em especial as mães que são também atletas universitárias, e se dividem entre as atribuições da família, dos reinos, da graduação ou pós-graduação, do estágio, do trabalho e de si próprias. Ficou cansado só de imagina? Elas não, apesar do cansaço, sempre arranjam um tempinho e uma disposição a mais.Conversamos com das mães atletas universitárias, confira abaixo os desafios, motivações e as rotinas dessas mamães.Roseane: super-campeã e destaque do vôlei da UFSCAR
A Roseane tem 34 anos e é natural de São Carlos, é casada e mãe da Heloísa de 7 anos. Ela é formada em Física ela FSC/USP em 2006, em 2016 passou em Medicina na UNIFAL/MG, cursou por dois anos até assar em 2018 na Federal de São Carlos. Atualmente ela está no terceiro ano de Medicina e e DM do vôlei feminino da Federal e faz iniciação científica na Universidade.Abaixo ela conta um pouquinho dessa rotina puxada, dividida entre a família, o esporte e a graduação.1) Qual a sua relação com o esporte e por quais equipes joga atualmente?R: Joguei vôlei por muitos anos, parei e voltei a jogar em 2016. Atualmente faço parte da equipe de vôlei da AVS (equipe que representa São Carlos), da UFSCar e da Medicina UFSCar, além de jogar também pelo vôlei de praia da UFSCar.
2) Você foi mãe antes, durante ou depois de entrar na universidade?R: Eu já tinha a Heloísa quando entrei em Medicina, em 2016 ela tinha 3 anos, eu morava em Alfenas/MG e ela e meu marido ficaram em São Carlos por 1 ano, antes de se mudarem pra lá.3) O que mudou na sua rotina e como você concilia tudo isso?R: A minha rotina mudou totalmente quando eu entrei na faculdade, eu tenho que conciliar todas as demandas que já tinha como mãe e esposa mais as demandas da faculdade. Os desafios são diários, não tem como dar conta de tudo perfeitamente. Eu conto com muito apoio da minha família, mas mesmo assim tem dias que eu deixo pra estudar de madrugada pra esperar a Heloisa dormir e eu poder cumprir minhas obrigações da faculdade. No fim acaba se tornando uma nova rotina, com sono reduzido, mas assim acabo conseguindo cumprir tudo o que preciso.4) Quais são as dificuldades?R: A gente acaba se privando de descanso, tanto físico quanto mental, horas de sono, lazer. Não é fácil, mas definindo prioridades é bem possível.5) E nos jogos, você acaba levando a Heloísa para assistir? Ela gosta deste ambiente?R: Depende, se os jogos forem em São Carlos ou se alguém da minha família puder ir junto, ela vai sim. Ela gosta bastante, ela torce, vive isso comigo, como ela sabe que eu gosto e que faz parte das coisas que são importantes pra mim, ela curte bastante. Ela é o mascote, todo mundo adora quando ela vai!
6) Você tem bastante apoio, tanto da sua família como da Universidade?R: Eu tenho apoio da minha família, tanto meu marido quanto a minha mãe me ajudam muito. Eles estão sempre dispostos a colaborar quando eu preciso. E tenho também da faculdade, os professores entendem, sempre tive a compreensão de todos. Atualmente só tenho a agradecer a todos que estão em contato comigo, que têm me ajudado muito. O pessoal reconhece bastante o esforço e sabe das dificuldades. No fim, todo mundo acaba adotando a Heloisa e adoram ver ela participando, nas aulas, nas atividades extracurriculares, onde for. Eu agradeço a oportunidade de poder viver a graduação de novo em um período completamente diferente da vida e mesmo assim estar vivendo uma fase tão felizGeovanna: poliatleta da UNESP Bauru
A Geovanna tem 22 anos e está no 5.º ano da Educação Física da UNESP Bauru, ela é atleta de de três modalidades esportivas e mãe do Bernardo. Ela se divide entre a maternidade, a graduação e o esporte.1) Qual a sua relação com o esporte e por quais equipes joga atualmente?R: Eu sou atleta do basquete e do atletismo desde 2016, que foi quando entrei na faculdade, e do futebol desde o ano passado. (Ano em que a Atlética passou a oferecer treinos incentivando o futebol feminino e a modalidade começou a ser competida no Inter - antigo Interunesp).
2) Você foi mãe antes, durante ou depois de entrar na universidade?R: Eu engravidei em 2018, estava no 3.º ano da faculdade, foi inesperado mas com certeza a melhor coisa que poderia ter me acontecido.3) O que mudou na sua rotina e quais foram as dificuldades?R: Durante a gravidez continuei minha rotina normal, só os treinos, infelizmente tive que eu tive que parar. Depois que eu tive meu filho, foi uma loucura, tive dificuldade com as minhas aulas, e em cuidar da minha casa e do Bernardo, principalmente pelo fato de não ter nem a minha família, nem a família do pai do meu filho por perto (ambos não são naturais de Bauru), éramos só nós três, então foi um turbilhão de coisas novas e tudo muito rápido. Depois de uns 3 meses, eu voltei a treinar aos poucos mas foi complicado, porque o meu namorado, na época, trabalhava e estudava, então para conseguir ir ao treino eu tinha que levar o Bernardo e deixar ele com a Diretora de modalidade, quando ela podia. Isso nos treinos de Basquete, porque eu era mais próxima das meninas e tinha liberdade para levá-lo, e assim todas do time ficaram muito próximas do dele, foi uma ajuda maravilhosa.6) E nos jogos, você acaba levando o Bernardo para assistir? Ela gosta deste ambiente?R: Acho que a primeira vez que eu levei o Bernardo em um jogo foi em um desafio em São Carlos, ele tinha uns 5/6 meses, e a Atlética foi muito solícita para me ajudar com transporte, de Bauru para São Carlos, do atletismo para o basquete e na volta para Bauru. Todo mundo ficou encantado com ele, brincou e não senti julgamento de ninguém, muito pelo contrário, a galera amou ter um mascotinho de Bauru e ele também amou o ambiente, que tinha bateria e tudo.
7) Você tem bastante apoio, tanto da sua família como da Universidade?R: Na faculdade, todos são muito compreensíveis e me dão total apoio nessa questão, e em casa, o pai do Bernardo sempre me incentivou e apoiou, o que foi essencial para eu voltar a treinar e continuar treinando. Apesar das dificuldades de ser uma mãe universitária, morando sozinha, é tudo muito gratificante e isso não me impediu de estudar, ser atleta e uma boa mãe. |