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O Troféu Adhemar Ferreira da Silva, anualmente realizado pela Federação Universitária Paulista de Esportes – FUPE, em parceria com a UniSantAnna, é a competição que define os campeões paulistas universitários da modalidade, além de ser etapa classificatória para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBS), e já contou com a participação de atletas nacionais e internacionais. Neste ano olímpico, o evento, que homenageia o bicampeão olímpico e recordista mundial, Adhemar Ferreira da Silva, terá abrangência nacional e contará com a CBDU como co-organizadora.
Adhemar Ferreira da Silva, Bicampeão Olímpico, Tricampeão dos Jogos Pan-Americanos e recordista mundial foi Coordenador de Esportes da UniSantAnna, uma das entidades com maior histórico de apoio ao Esporte Universitário Paulista.
Adhemar Ferreira da Silva – Fonte www.cbat.org.br Adhemar Ferreira da Silva nasceu em São Paulo em 29 de setembro de 1927, onde também morreu em 12 de janeiro de 2001. Competiu pelo São Paulo e pelo Vasco, sempre treinado por Dietrich Gerner. Bicampeão olímpico e tricampeão dos Jogos Pan-Americanos, estabeleceu cinco vezes o recorde mundial do salto triplo. Adhemar Ferreira da Silva tem sua carreira ligada aos Jogos Pan-Americanos. Foi tricampeão em Buenos Aires 1951, Cidade do México 1955 e Chicago 1959, o primeiro atleta do Brasil a conquistar tal proeza. Feito que demorou 40 anos para ser igualado. No Pan de 1955 na Cidade do México Adhemar fez a melhor marca de sua vida: 16,56 m. E pela quinta vez estabeleceu o recorde mundial. Era, então, atleta do Vasco, após defender o São Paulo por quase uma d&eacut e;cada. A mudança de clube e cidade teve uma razão inusitada. Havia sido convidado por Samuel Wainer para ser colunista do jornal Última Hora. Algo difícil de se imaginar para um atleta comum. Não para o culto Adhemar, formado em Direito, Belas Artes, Relações Públicas e Educação Física. Falava vários idiomas, como inglês e francês. Foi adido cultural do Brasil na Nigéria e participou do filme Orfeu Negro, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 1959. Diferenciado fora das pistas, nelas Adhemar era fantástico. E como tantos atletas brasileiros teve um início de carreira quase por acaso. Com 18 anos, depois de receber algumas explicações, fez 12,90 m. Impressionou a todos. O técnico Dietrich Gerner, do São Paulo, o convidou para defender o clube. Iniciou-se então a parceria que se manteve até o final da carreira de Adhemar. Gerner lhe dava um detalhadíssimo plano de exercícios, que Adhemar seguia à risca. Em 1948, com um salto de 15,03 m, qualificou-se para os Jogos Olímpicos de Londres. Em dezembro de 1950, Adhemar entrou para a história, ao saltar 16 m e igualar o recorde mundial do japonês Naoto Tajima, que vigorava desde 1936. Os 16 m para o triplo eram consideramos uma espécie de limite para as possibilidades humanas. E Adhemar estava desafiando esse conceito. Em 1951, tornou-se o primeiro nome do atletismo nacional a ganhar ouro no Pan, em Buenos Aires, com 15,19m. Em 30 de setembro, um dia após completar 24 anos, mostrou que estava mesmo “acima das possibilidades humanas”, ao saltar 16,01 m na pista do Fluminense, no Rio. Em Helsinque 1952 superou duas vezes seu próximo recorde, com 16,12 m e 16,22 m. Ainda superaria o recorde mundial no México em 16 de março de 1955, quando foi bicampeão do PAN. Ao chegar à Cidade do México, Adhemar leu uma entrevista do venezuelano Arnold Devonish que prometia vencê-lo. Adhemar o procurou e disse que o ouro seria seu uma vez mais. O brasileiro tinha 16,15 m até o penúltimo salto. Devonish saltou 16,13 m, mas Adhemar entendeu errado o anúncio. Pensou que fosse 16,15 m também e que estivesse m empatados. Concentrou-se e no último salto conseguiu 16,56 m, o novo recorde mundial. No ano seguinte, chegou à Melbourne, na Austrália, em 27 de novembro, saltou 16,35 m, recorde olímpico. Ganhou o apelido de “Canguru Brasileiro”. Em 1959, em Chicago, Adhemar, com 32 anos, saltou 15,80 m e foi tricampeão dos Jogos. Em 1960, despediu-se com um salto de 15,07 m nos Jogos de Roma. Adhemar Ferreira da Silva morreu em São Paulo, em 12 de janeiro de 2001. O Brasil perdeu seu maior atleta olímpico. E o mundo perdeu alguém que destruiu a teoria das “possibilidades humanas”. O primeiro a mostrar que o ser humano poderia voar bem mais do que 16 metros, com um pulo, um passo e um salto. |